O dia 8 de fevereiro é uma data especial para o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e para a Associação Amigos do peixe-boi (Ampa). O peixe-boi Kinjá, que foi resgatado pelo grupo e viveu sua vida toda no tanque de exposição do Bosque da Ciência, celebrou seus 15 anos nesta sexta-feira. Para a comemoração, Kinjá ganhou uma festa de aniversário feita por pesquisadores e biólogos com direito a bolo especial e rodinha de parabéns.
De acordo com a pesquisadora do Inpa e e diretora administrativa da Ampa, Vera da Silva, a Associação já existe desde 1974, com o intuito de proteger, reabilitar e reintroduzir os peixes-bois na natureza. Com o tempo, os pesquisadores estudaram como os filhotes se alimentam e vivem.
Desde que o projeto iniciou, cinco filhotes foram reproduzidos em cativeiro. Um deles ficou conhecido como o peixe-boi mais bonito. De todos. O motivo? Kinjá tem uma mancha branca peculiar que se estende por toda sua barriga, nadadeiras peitoral. Até no focinho.
O peixe-boi mais bonito foi batizado de Kinjá. O nome significa “gente de verdade”, e é como os índios Waimiri-Atroari se auto denominam. “O Kinjá tem uma vida de peixe-boi. Todo dia ele come, dorme e interage com os outros peixes-bois que ficam em cativeiro”, disse Vera.
‘Peixe-boi mais bonito’ tem uma mancha branca peculiar que se estende da barriga, nadadeira peitoral até o focinho. — Foto: Patrick Marques/G1 AM
Kinjá completa 15 anos em fevereiro e, em comemoração ao quase baile de debutante, os pesquisadores e biólogos que trabalham no Inpa decidiram fazer uma festa de aniversário digna para o prodígio do instituto.
A comemoração teve o clássico parabéns, com direito a ornamentação, bolo para os adultos e, principalmente, um bolo pra lá de especial. A receita? Jerimum com outros de seus vegetais favoritos.
“Hoje foi um ato simbólico para mostrar o trabalho da equipe durante os anos, para a conservação desta espécie. Muitas pessoas já passaram por aqui e vemos que é possível a preservação o peixe-boi”, comentou a pesquisadora.
Comemoração de aniversário de peixe-boi teve direito a ornamentação e até um bolo de vegetais especialmente para ele — Foto: Patrick Marques/G1 AM
Em época de aniversário, justo que as atenções fiquem para o homenageado. Por isso, Kinjá ganhou um tanque de exposição reservado só para ele, até domingo. Já livre e desfrutando do luxo, ele aproveitou para se exibir ao público que comemorava suas piruetas submersas.
Turistas e visitantes que passaram pelo local, se admiraram com o peixe-boi mais bonito. Exibido, ele aproveitou para ostentar suas marcas brancas e, vez ou outra se aproximava do vidro para saudar os visitantes.
Alias, quem quiser visitar o mais bonitos dos peixe-bois, a entrada fica aberta das 9h às 17h e o ingresso custa R$ 5. Crianças de até 10 anos e idosos não pagam.
Visitantes do Inpa registraram o peixe-boi mais bonito — Foto: Patrick Marques/G1 AM
O Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia é executado pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) e tem como principais objetivos resgatar, reabilitar e reintroduzir peixes-bois (Trichechus inunguis) aos rios da Amazônia, além de auxiliar o projeto Boto do Inpa.
No caso de Kinjá, que foi reproduzido em cativeiro e viveu no tanque de exposição do Bosque por toda sua vida, o processo de reinserção na natureza pode oferecer muitos riscos.
Por isso, o bonitão é mantido em cativeiro, sob total atenção e cuidado da equipe.
“Os que nasceram em cativeiro continuam aqui. Nós temos muitos outros animais para serem reintroduzidos que já vem da natureza. Esses, nós acreditamos que tem mais chances de sucesso ao serem reintroduzidos”, disse Vera, em relação aos peixes-bois criados em cativeiro e que nunca tiveram contato com a natureza.
Fonte: G1 Globo